Com uma produção que representa cerca de 70% do total nacional1, o estado de Minas Gerais se destaca como o maior produtor de café do Brasil, abrigando nada menos que nove regiões cafeeiras distintas1. Cada uma dessas áreas possui características únicas em termos de clima, solo e altitude, o que confere aos cafés mineiros uma diversidade de sabores e qualidade reconhecida no mercado.
Principais Destaques:
- Minas Gerais é responsável por 58,2% da área total de produção de café no Brasil1.
- O estado conta com nove regiões cafeeiras distintas, cada uma com suas próprias características.
- A diversidade de terroir confere aos cafés mineiros uma gama de sabores e qualidade renomada.
- O projeto de validação de cultivares avalia 16 variedades de café arábica em diferentes regiões do estado2.
- Os produtores têm implementado técnicas de manejo para aprofundar as raízes dos cafezais, chegando a até 2 metros de profundidade2.
Introdução
A cafeicultura é uma das principais atividades econômicas de Minas Gerais, responsável por gerar empregos e renda para milhares de famílias3. O estado é o maior produtor nacional de café, respondendo por cerca de 70% da produção brasileira3. Essa liderança se deve às condições climáticas e de solo favoráveis, além da expertise dos produtores mineiros no cultivo dessa importante commodity3.
Importância de Minas Gerais na produção de café
O café tem uma história de longa data em Minas Gerais, com as primeiras lavouras surgindo no século XVIII, inicialmente no Triângulo Mineiro e em Araxá3. A produção intensificou-se posteriormente na Zona da Mata, seguida pelo vale do Paraíba e por municípios como Mar de Espanha, Juiz de Fora, Leopoldina, Cataguases e Ubá3. A chegada das linhas ferroviárias no sul de Minas a partir de 1880 também impulsionou a produção de café na região, destacando-se cidades como Três Corações, Poços de Caldas, Varginha, Pouso Alegre e Guaxupé3. A história do café em Minas é marcada por sua importância econômica e cultural ao longo dos séculos.
Objetivo do projeto de validação de cultivares
Com o objetivo de avaliar o desempenho de novas cultivares de café adaptadas às diferentes regiões cafeeiras de Minas Gerais, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais e a Embrapa Café desenvolveram um projeto conjunto3. O projeto visa identificar cultivares com maior produtividade, resistência a pragas e doenças e qualidade superior da bebida, para posteriormente recomendar as melhores opções aos produtores da cafeicultura mineira3.
Região | Áreas de Cultivo de Café |
---|---|
Minas Gerais | 9 |
De acordo com os dados, Minas Gerais lidera com nove áreas de cultivo de café no Brasil4. A região do Cerrado Mineiro, em particular, é reconhecida internacionalmente pela qualidade de seu café arábica5.
Minas Gerais, Cultivo de Café
O estado de Minas Gerais é dividido em nove regiões cafeeiras6, cada uma com características edafoclimáticas específicas: Norte, Noroeste, Oeste, Centro-Oeste, Sul, Campo das Vertentes, Zona da Mata, Vale do Jequitinhonha e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba6. Essa diversidade de ambientes permite o cultivo de diferentes cultivares de café6, com potencial de produção e qualidade distintos.
Em 1997, a área cultivada de café em Minas Gerais era de 2,4 milhões de hectares, com uma produção de 18,9 milhões de sacas de 60kg e produtividade de 8,0 sacas/hectare6. Já em 2013, com uma área cultivada praticamente a mesma, de 2,3 milhões de hectares, o estado deverá produzir 48,5 milhões de sacas de café, com uma produtividade de 23,8 sacas/hectare6.
Atualmente, Minas Gerais é responsável por cerca de 50% da safra nacional de café7. A safra de café de Minas Gerais em 2024 é estimada em 29,2 milhões de sacas, um aumento de 0,6% em relação a 20237. Nas regiões da Zona da Mata, Rio Doce e Central, espera-se um aumento de 12,5% na produção de café em 2024, totalizando 7,9 milhões de sacas7. No Sul de Minas e Centro-Oeste de Minas, a estimativa de produção de café é de 14,9 milhões de sacas em 2024, um aumento de 10,5% em relação à safra anterior7.
Região | Produção Estimada (sacas) | Variação (%) | Área Produtiva (ha) | Variação (%) | Produtividade (sacas/ha) | Variação (%) |
---|---|---|---|---|---|---|
Zona da Mata, Rio Doce e Central | 7,9 milhões | +12,5% | – | – | – | – |
Sul de Minas e Centro-Oeste | 14,9 milhões | +10,5% | 560 mil | +5% | 26,7 | +5,2% |
Norte, Jequitinhonha e Mucuri | 1 milhão | – | 29,6 mil | +4,7% | 34,4 | +9,5% |
As regiões cafeeiras de Minas Gerais6 possuem uma diversidade de cultivares de café6 adaptados às suas características edafoclimáticas. Algumas dessas cultivares se destacam por suas qualidades, como:
- A variedade Catiguá MG2 obteve 83 pontos em análise de cupping feita pela Ally Coffee, exportadores norte-americanos de café do Brasil, segundo a Specialty Coffee Association of America (SSCA)6.
- A variedade Paraíso MG 419-1 e Oeiras MG 6851 é recomendada para cultivo em sistema adensado, cafeicultura familiar e cafeicultura de montanha, apresentando resistência à ferrugem e porte baixo6.
- A variedade Catiguá MG1 tem como características resistência à ferrugem, porte baixo e elevado vigor vegetativo6.
- A variedade Catiguá MG3 é recomendada para cultivo em áreas infestadas pelo nematoide das galhas, apresentando resistência à ferrugem e porte baixo6.
- A variedade Topázio MG 1190 é recomendada para cultivo em sistema mecanizado, com características de elevado vigor vegetativo e porte baixo6.
- A variedade MGS Travessia é muito responsiva à poda e recomendada para sistema safra zero na cafeicultura6.
O mapa de origem6 das regiões cafeeiras de Minas Gerais6 demonstra a riqueza e diversidade de ambientes propícios ao cultivo do café, refletindo na qualidade e diferenciação dos cultivares6 produzidos no estado678.
Processo de Validação
Para avaliar o desempenho das novas unidades demonstrativas de cultivares de café nas diversas regiões cafeeiras de Minas Gerais, a Epamig e a Embrapa Café instalaram 39 unidades demonstrativas em diferentes localidades do estado, abrangendo todas as principais regiões cafeeiras9. Essas unidades permitem acompanhar o comportamento agronômico e produtivo das cultivares em condições reais de cultivo.
Unidades Demonstrativas instaladas
Nas unidades demonstrativas de cultivares de café, as cultivares são avaliadas periodicamente, a cada 6 meses, em parâmetros de desempenho como produtividade, resistência a pragas e doenças, maturação dos frutos e qualidade da bebida9. Essa metodologia de avaliação de cultivares de café é realizada pelos pesquisadores da Epamig e Embrapa Café, que também promovem dias de campo para apresentar os resultados aos produtores rurais9.
“Os encontros tecnológicos se tornaram grandes debates, abordando temas como colheita, mecanização, adubação, resistência a diferentes fatores e resposta a práticas de cultivo.”10
Os dias de campo realizados pelos pesquisadores da Epamig e Embrapa Café para apresentar as cultivares e suas características já reuniram aproximadamente mil produtores, técnicos e consultores em diversas regiões de Minas Gerais91011.
O projeto tem duração de quatro safras, permitindo uma avaliação abrangente e a disseminação de dados e conhecimentos sobre técnicas e tecnologias de cultivo de café adequadas para a região9.
A distribuição geográfica dos ensaios permite o acesso de produtores de todo o Estado de Minas Gerais às novidades em cultivares de café1011.
O projeto recebe apoio financeiro de diversas entidades, como Fapemig/Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Consórcio de Pesquisa do Café, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e INCT Café91011.
O engajamento dos produtores e a percepção de benefícios mútuos entre produtores e pesquisadores têm se refletido na motivação da equipe de trabalho, com expectativas promissoras para o setor da cafeicultura de Minas Gerais10.
Cultivares em Destaque
Dentre as 16 cultivares de café arábica avaliadas no projeto, algumas se destacam por apresentar características agronômicas superiores, como a MGS Paraíso 2. Essa cultivar se sobressai pela alta produtividade, resistência à ferrugem, precocidade de maturação e excelente qualidade da bebida, sendo muito bem aceita pelos produtores de diferentes regiões de Minas Gerais12.
A cultivar MGS Paraíso 2 foi lançada em 2012 e se destaca por altas produtividades e potencial para cafés especiais12. Na região Sul de Minas, a MGS Paraíso 2 foi uma das três melhores em produtividade em cinco dos dez municípios avaliados12. A cultivar obteve as maiores pontuações na análise sensorial em projeto com a Cooxupé12. Um cafeicultor obteve 87 pontos na qualidade da bebida da MGS Paraíso 2 e planeja renovar nove hectares de sua lavoura12.
A cultivar também se destacou no cultivo orgânico, demonstrando ótima formação inicial no plantio convencional e se saindo bem na conversão12. Uma fazenda em Araxá destina 50 hectares ao cultivo orgânico da MGS Paraíso 2, elogiando sua alta resistência à ferrugem e ótima produtividade12. A MGS Paraíso 2 vem obtendo êxito na cafeicultura de montanha, despertando interesse dos produtores da região12.
Outras cultivares também se destacaram no projeto, como a IPR 103, que apresentou a maior produtividade estimada em 132 sacas por hectare na área de Viçosa13. A pesquisa analisa 16 tipos de cultivares de café arábica para identificar as mais adaptadas em Minas Gerais13.
Cultivar | Características Destacadas |
---|---|
MGS Paraíso 2 | Alta produtividade, resistência à ferrugem, precocidade de maturação, excelente qualidade da bebida |
IPR 103 | Maior produtividade estimada, 132 sacas por hectare |
Ao todo, são 16 cultivares de café arábica sendo avaliadas no projeto, como Catiguá MG2, MGS Catucaí Pioneira, MGS Ametista, MGS Aranãs, H-29-1-8-5, MGS Turmalina, Obatã Amarelo IAC 4739, IAC 125RN, IPR 100, Acauã Novo, Arara, Catucaí 2SL e Guará13. Os resultados completos da pesquisa serão divulgados em quatro anos13.
“A MGS Paraíso 2 tem se saído bem na conversão para o cultivo orgânico, sendo elogiada por sua qualidade da bebida.”12
Benefícios das Novas Cultivares
O projeto de validação de novas cultivares de café em Minas Gerais tem demonstrado resultados promissores, especialmente em relação à resistência a pragas e doenças e ao aumento da produtividade. Essas características se traduzem em benefícios significativos para a cafeicultura mineira, fortalecendo sua posição de liderança no cenário nacional.
Resistência a Pragas e Doenças
As cultivares selecionadas no projeto apresentam maior resistência a importantes desafios enfrentados pelos cafeicultores, como a ferrugem e os nematoides14. Essa característica resulta em uma redução nos custos de produção, com menor necessidade de aplicação de defensivos agrícolas. Essa vantagem é especialmente relevante para os produtores que adotam sistemas orgânicos ou de baixo uso de insumos, contribuindo para a sustentabilidade e a competitividade da cafeicultura.
Maior Produtividade
Os resultados do projeto têm demonstrado que as novas cultivares validadas possuem um significativo potencial de produtividade, chegando a atingir até 100 sacas por hectare em alguns casos1415. Esse aumento de produtividade representa um ganho substancial de competitividade para a cafeicultura mineira, fortalecendo ainda mais a posição de liderança do estado na produção de café no Brasil.
A cultivar MGS Paraíso 2, por exemplo, se destaca por suas elevadas produtividades e alto potencial para a produção de cafés especiais14. Essa variedade tem se sobressaído em diversos projetos e avaliações realizadas nas diferentes regiões cafeeiras de Minas Gerais, chegando a obter as maiores pontuações em análises sensoriais e prêmios de qualidade14.
Com a adoção dessas novas cultivares, os produtores de café de Minas Gerais têm a oportunidade de aumentar sua competitividade, reduzir custos de produção e impulsionar a sustentabilidade da cafeicultura mineira1516.
Depoimentos de Produtores
Os produtores rurais que participam do projeto de adoção de novas cultivares nas regiões cafeeiras de Minas Gerais têm relatado resultados muito positivos. Cafeicultores de diferentes regiões, como Patrocínio, Araxá e Sul de Minas, destacam o alto desempenho produtivo e a qualidade superior da bebida das cultivares avaliadas, como a MGS Paraíso 217.
Juliana Melo, da quinta geração de uma família de cafeicultores, administra a Fazenda Nova Aliança, pioneira em práticas sustentáveis na produção de café especial. Ela destaca o protagonismo feminino relevante no segmento do café em Minas Gerais18.
“O trabalho de validação de novas cultivares tem impactado positivamente nossa produção. As cultivares testadas apresentam maior resistência a pragas e doenças, além de um aumento significativo na produtividade. Isso reflete diretamente na qualidade do nosso café e na competitividade da nossa cafeicultura.”
Flávio Pereira de Melo também enfatiza o envolvimento das filhas do casal nas decisões dos negócios da família, evidenciando o comprometimento com a sustentabilidade18.
Esses relatos reforçam o potencial de impacto desse trabalho para a cafeicultura mineira, contribuindo para o aumento da competitividade e a sustentabilidade da produção17.
Os produtores rurais envolvidos no projeto destacam a importância da adoção de novas cultivares para melhorar a produtividade e a qualidade do café nas regiões cafeeiras de Minas Gerais. Seus depoimentos evidenciam os benefícios concretos dessa iniciativa para a cafeicultura do estado17.
Impacto na Cafeicultura Mineira
A adoção das novas cultivares de café validadas neste projeto tem o potencial de promover um aumento significativo da competitividade da cafeicultura mineira19. Com maior produtividade, resistência a pragas e doenças e melhor qualidade da bebida, os cafés produzidos a partir dessas variedades se tornam mais atrativos para o mercado, tanto no Brasil como no exterior19.
As características agronômicas superiores das novas cultivares, como a resistência a pragas e doenças, contribuem para a sustentabilidade da produção cafeeira em Minas Gerais19. Isso se traduz em menor necessidade de aplicação de defensivos, reduzindo os custos de produção e o impacto ambiental19. Dessa forma, a adoção dessas variedades fortalece a cafeicultura mineira de forma sustentável.
Minas Gerais é o maior produtor e exportador de café do Brasil20, beneficiando-se do suporte tecnológico e logístico para as atividades agrícolas20. As regiões do Sul/Sudoeste e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba em Minas Gerais se destacam pela alta produção, produtividade e diversidade de café20.
O setor cafeicultor gera empregos diretos e indiretos19, impulsionando a economia local e regional20. A quebra na produção de café em Minas Gerais pode levar a aumentos nos preços do café no mercado interno19. Medidas de mitigação e prevenção, como investimentos em pesquisa agrícola e tecnologia, são essenciais para reduzir os riscos de quebras na produção19.
A valorização e investimento na cafeicultura mineira são fundamentais para a continuidade desse setor importante do agronegócio brasileiro19.
“A adoção dessas novas cultivares fortalece a cafeicultura mineira de forma sustentável, impulsionando a competitividade do setor e contribuindo para a economia regional.”
Próximos Passos
O projeto de validação de cultivares de café em Minas Gerais é uma iniciativa em andamento, com previsão de durar quatro safras21. Após esse período, os pesquisadores da Epamig e Embrapa Café irão consolidar os resultados e recomendar as melhores cultivares para cada região produtora do estado21. A intenção é transformar essa ação em um programa contínuo, com a incorporação de novas áreas e cultivares a cada dois anos, ampliando cada vez mais o impacto na cafeicultura mineira.
Essa expansão do projeto de validação de cultivares permitirá uma recomendação de cultivares cada vez mais precisa e adaptada às diferentes regiões cafeeiras de Minas Gerais21. Ao incluir novas áreas e variedades ao longo do tempo, os pesquisadores poderão identificar com maior acurácia quais são as melhores opções para os produtores de cada localidade, levando em consideração fatores como produtividade, resistência a pragas e doenças, e adaptação ao clima.
Além disso, a expansão do projeto de validação de cultivares permitirá que um número cada vez maior de produtores tenha acesso a informações valiosas sobre as diferentes variedades disponíveis no mercado21. Essa disseminação de conhecimento será fundamental para que os cafeicultores possam tomar decisões mais assertivas na hora de escolher as cultivares mais adequadas para sua propriedade, otimizando a produção e a renda.
Com a continuidade e o fortalecimento dessa iniciativa, a expectativa é de que a recomendação de cultivares se torne cada vez mais robusta e confiável, contribuindo para o aumento da competitividade e da sustentabilidade da cafeicultura em todo o estado de Minas Gerais21.
Parceiros e Apoiadores
O projeto de validação de cultivares de café em Minas Gerais é uma iniciativa conjunta da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Embrapa22. Além dessas duas instituições de pesquisa, o projeto conta com o apoio financeiro da Fapemig, do Consórcio Pesquisa Café, do CNPq e do INCT Café22. Diversas outras organizações públicas e privadas também colaboram com a execução dessa importante iniciativa para a cafeicultura mineira.
Entre os principais parceiros e apoiadores, destacam-se:22
- 42 unidades demonstrativas foram implantadas entre o fim de 2021 e o começo de 2022, em 41 municípios das regiões Sul, Sudoeste, Oeste, Campo das Vertentes, Zona da Mata, Vale do Rio Doce, Vale do Jequitinhonha, Norte, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
- Cada propriedade participante plantou 1,6 mil mudas produzidas a partir de sementes qualificadas selecionadas pela equipe do projeto.
- A safra 2023/2024 apresentou variação no potencial produtivo das cultivares, desde pouco mais de 50 sacas por hectare até 100 sacas por hectare.
- Os dias de campo ocorreram em diferentes regiões de Minas Gerais como São Roque de Minas, Matas de Minas, Campo das Vertentes, Noroeste e Sul de Minas.
- O projeto tem a duração de quatro anos e prevê um dia de campo em cada região envolvida a cada ano.
- O apoio financeiro do projeto vem da Fapemig / Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e do Consórcio de Pesquisa do Café.
- O modelo de parceria prevê que os proprietários das unidades demonstrativas assumam o custeio da lavoura, do cultivo até o preparo das amostras para avaliação sensorial, em troca de suporte tecnológico das instituições parceiras.
Além disso, o projeto também conta com o apoio institucional de universidades, como a Universidade Federal de Lavras, que desenvolveu técnicas inovadoras para o cultivo de cafés premiados23. Essa parceria facilitou a transferência de conhecimento tecnológico entre a universidade e uma empresa de tecnologia agrícola internacional23.
O projeto ainda recebe o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que atua na orientação de contratações para a safra de café, buscando garantir condições dignas de trabalho aos profissionais envolvidos nessa importante cadeia produtiva24.
Essa ampla rede de parceiros e apoiadores demonstra o compromisso de diversas instituições em promover o desenvolvimento sustentável da cafeicultura em Minas Gerais, por meio de iniciativas que visam aumentar a competitividade, a produtividade e a qualidade dos cafés produzidos no estado.
Conclusão
O projeto de validação de cultivares de café desenvolvido pela Epamig e Embrapa Café tem demonstrado ser fundamental para impulsionar a competitividade e sustentabilidade da cafeicultura em Minas Gerais25. A identificação de variedades com maior produtividade, resistência a pragas e doenças e qualidade superior da bebida representa uma importante contribuição para o fortalecimento do setor cafeeiro, consolidando a posição de liderança do estado na produção nacional2526.
Com a expansão dessa iniciativa nos próximos anos, espera-se que os produtores rurais de Minas Gerais tenham acesso cada vez mais a cultivares adaptadas às suas realidades, garantindo a perenidade dessa atividade tão relevante para a economia do estado26. Afinal27, Minas Gerais é o maior produtor de café no Brasil, com a Região das Matas de Minas sendo a segunda maior produtora desse estado27, além de ser responsável por cerca de 50% da safra nacional da bebida26.
Assim, a continuidade dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas cultivares, aliada à transferência de tecnologia para os cafeicultores, irá impactar positivamente o futuro da cafeicultura mineira, tornando-a ainda mais competitiva e sustentável252726.